Os pés para os escombros

(Para Cida Moreira) Um prédio vazioTraços de janelashá muito perdidasimperam os restosde outras cidades E os olhos?E os passos,mudos sobre tábuasde vida esquecida? Há de haver músicae poesia suficientes Sobre o que se escorree quer dormir? Há de havernoite inflamada num amorcheio de voz Tão pleno de contráriostão perene, a brilhar dentro da sombra do … Read more

Quando no escuro se enxerga

A poesia nada-dança no preto oceanodo desconhecidoO corpo flecha sabe-sente sem a menteDerramado em suorsobre o que já deixa de serPara eu, enfim, Ser. As janelas são paredesAltas, sem fimCada parte mostra-se como caminhoOnde se habitar.Em movimento.Cada passo é o espaçoCada giro mostra minha circunferênciaOnde só existe o agora, não importa aonde os braçosqueiram chegar. … Read more

Imagens, margens

paisagens de outro corpo. qual?qual a ponte entre o eu e o outro,o outro corpo-meu? qual o olhar? dilatação, asperezas expostassuperfícies amolecidaspelo fluxo do passo tato fato feito de terra e verdesons em cheirosatravessamentos? câmera lenta feito raio.qual o passo para fazero outro se ver?no espelho do asfaltono esvair do temposem esperançamas com um coraçãoesbanjante … Read more

Outros outonos

tempo de fazer-se luz a penetrar paredesirromper da pedra do silêncio perdidocontra rostos sem vidaem uma vida além tempo aqui agora tempo de mirar os tijolos da incertezasorrir abrir o peito para histórias nunca dantes adentradasolhar fotografias antigas, rastros tempo de ser pereneem meio à mortede sino outro tempo de ser sua própria margemsem nem … Read more

Como em uma coleção de contrários

passa o sorrisopassam as curvaspassam as folhas numinosas passam também as lágrimasuma vez tão amargas. Passam as brasas de teu silêncioa pele se regenera dia após diae isto também passa. passa a cicatriz, e a nova marca escolhida.passa uma calmaque parecia vir para ficar. passam as certezas, passam as dúvidaspassa também a palavra última. Volto … Read more